Publicado em: 11/12/2025
Encontro na sede da Subseção promoveu, nesta manhã (10), reflexões acerca do Dia Internacional dos Direitos Humanos
Em uma manhã marcada por reconhecimento e reflexão, a OAB Cascavel (Ordem dos Advogados do Brasil - Subseção de Cascavel) realizou hoje (10) um encontro especial em alusão ao Dia Internacional dos Direitos Humanos. A iniciativa da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos reuniu representantes do Judiciário, Executivo, Legislativo, forças de segurança, lideranças religiosas e sociedade civil organizada para celebrar quem dedica a vida à promoção da dignidade humana.
O evento foi realizado em parceria com o Município de Cascavel, por meio da Secretaria Especializada em Cidadania, Proteção à Mulher e Políticas Sobre Drogas (Sesd). Para a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Cascavel, doutora Márcia Cristina Cavalcante Mateus, a data é um convite para revisitar os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos - igualdade, dignidade e justiça - e reconhecer quem transforma esses valores em prática diária.
“A data marca a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ONU em 1948 e reafirma que todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. E quando celebramos pessoas que escolhem agir com empatia e responsabilidade social, lembramos que cada gesto de humanidade multiplica direitos. Eles tornam a sociedade mais acolhedora e tornam mais humanos também aqueles que atendem”, enfatizou.
A presidente da OAB Cascavel, doutora Silvia Regina Mascarello Massaro, acolheu os participantes reforçando o simbolismo da Comissão de Direitos Humanos dentro da Subseção. Entre tantas comissões essenciais, ela destacou o caráter singular desta, que coloca o ser humano no centro. Para Silvia, é dever da advocacia seguir vigilante para que conquistas duramente alcançadas não sofram retrocessos.
“Temos uma comissão extremamente atuante. Cuidar do ser humano torna tudo mais leve, mais possível. Com o apoio das entidades parceiras, conseguimos avançar diariamente. É um trabalho contínuo e essencial para que a OAB siga cumprindo seu papel social e garantindo direitos civis, políticos, sociais e culturais para todos”, afirmou.
Dignidade humana no centro de tudo
Na palestra de abertura, o professor e advogado Alessandro Severino Zenni, pós-doutor em Filosofia, propôs um mergulho na origem do conceito de dignidade da pessoa humana, princípio que sustenta toda a estrutura dos direitos humanos. Para ele, este é um dia emblemático para a advocacia, profissão que “dá voz a quem não tem voz”.
“A dignidade humana é o eixo em torno do qual gravitam todos os demais valores e, dela, decorrem os direitos humanos que orientam nossa Constituição”, frisou, alertando para os desafios do tempo presente, marcado pela pós-verdade, pela fragilização de valores, pelo acirramento de discursos e pela cultura de eliminação simbólica do diferente.
No mundo digital, lembrou, “temos reagido mais do que agido”, movidos por impulsos que empobrecem o debate público e desumanizam as relações. “Em meio a esse mundo líquido e acelerado, é a dignidade humana que nos ancora. Ela é o fundamento do Direito e o nosso compromisso mais urgente”, reforçou.
Reconhecimento
Após a palestra, o encontro seguiu com o reconhecimento às pessoas que, no cotidiano, fazem da dignidade humana uma prática concreta. Foram homenageados a juíza de Direito doutora Nícia Kirchkein Cardoso, a promotora de Justiça doutora Andréa Simone Frias, o padre Gustavo Luiz Pegoraro Marmentini e a assistente social Esmeralda Martin, por suas trajetórias de dedicação à defesa dos direitos humanos.
Também receberam menções honrosas a advogada doutora Juliane Suellen Vieira dos Reis; o delegado-chefe da 15 SDP, doutor Rubens Miranda Júnior; o coordenador regional do Deppen, Thiago da Costa Corrêa, e o primeiro-sargento da Polícia Militar Edemar de Souza Magliorini, profissionais que atuam diretamente na construção de uma sociedade mais justa e segura.
O encontro ainda reservou um momento de profunda emoção com as homenagens póstumas à advogada doutora Nilda Maria Oliveira Melito, falecida na última semana e lembrada pelo legado social e humanitário e ao soldado Ariel Júlio Rubenick, da Polícia Militar, que perdeu a vida recentemente durante uma operação.